Entenda as etapas do parto normal

Entender as etapas parto normal é importante para qualquer futura mamãe. Isso porque embora a duração exata de um parto normal seja sempre imprevisível,  quanto mais preparada e informada a paciente estiver sobre os estágios do trabalho de parto e os primeiros sinais de que é chegada a hora do bebê nascer, com mais naturalidade, tranquilidade e segurança poderá lidar com esse momento único na vida de qualquer mulher.

Pensando nisso, elaboramos um guia sobre as etapas do parto normal. Através dele, você poderá reconhecer melhor  os sinais característicos de que você está entrando em trabalho de parto e entender cada estágio desse dia tão especial na sua vida.

Preparada? Então acompanhe a leitura e saiba mais sobre o assunto!

Etapas do parto normal: os primeiros sinais

Embora não pareça, pode ser complicado para a futura mamãe, especialmente as de primeira viagem, reconhecer e entender os sinais que o corpo dá de que é chegada a hora de dar à luz.

Por isso, é importante ficar atenta e se informar bastante! Geralmente, os principais sintomas de que um parto normal está iniciando ou em curso são:

  • queda do ventre;
  • contrações uterinas dolorosas e frequentes;
  • alterações no colo do útero (dilatação);
  • saída de sangue ou tampão mucoso pela vagina;
  • rompimento da bolsa d’água.
Ilustração das etapas do parto normal

Conheça as etapas do parto normal

No que diz respeito à duração e evolução, o parto normal é dividido em quatro períodos. Saiba quais são eles abaixo:

  • 1º período, quando ocorre a dilatação do colo uterino;
  • 2º período, quando acontece a expulsão do bebê;
  • 3º período, quando ocorre a dequitação ou expulsão da placenta;
  • 4º período, de observação materna no pós-parto.
Ilustração da dilatação e período expulsivo do parto
O momento do parto

Monitoramento pré-parto

A vigilância do bem-estar e da vitalidade do bebê será feita pela escuta dos batimentos cardíacos e pela observação da coloração do líquido amniótico.

Se houver a eliminação de mecônio  — nome dado as primeiras fezes do bebê — e indicativo de sofrimento fetal ou alterações nos seus batimentos cardíacos, o médico poderá indicar a necessidade urgente da realização de um parto mais rápido e cirúrgico, como a cesariana, para garantir o bem-estar e saúde de mamãe e bebê.

O trabalho de parto normal em si é composto por três períodos distintos, que funcionam de maneira totalmente diferente um do outro: o preparatório, de dilatação e expulsivo.

Etapa das contrações

O período preparatório é a fase mais inicial do trabalho de parto, também chamado de fase latente do período de dilatação do colo do útero. O início do parto normal caracteriza-se pelo começo das contrações uterinas, que se coordenam e regularizam com ritmo cada vez mais frequentes.

Sentidas como um desconforto de intensidade e duração crescentes, essas contrações têm como função preparar o colo uterino. Isso causa seu amolecimento, afinamento, mudança de posição e o início lento de sua dilatação.

Poderá ocorrer também a saída do tampão mucoso pela vagina. Essas contrações são curtas, durando entre 20 a 40 segundos. Uma espécie de aquecimento para o próximo período, a fase preparatória costuma durar entre 16 e 20 horas na primeira gestação. Esse espaço de tempo, no entanto, pode variar bastante de uma mulher para outra.

Nas gestações subsequentes, o tempo da fase preparatória costuma diminuir, com duração média de 12 a 16 horas.

Etapa da dilatação

Após a primeira etapa de espera para o parto normal saudável, você entrará no período de dilatação. Trata-se da fase ativa, mais rápida e previsível. A etapa terminará com a dilatação total e completa do colo. No entanto, isso só acontece quando ele alcança 10 centímetros, tamanho aproximado da cabeça de um bebê de nove meses.

Esse é o momento ideal para realizar a internação hospitalar. Nessa etapa, a mulher deve estar com as contrações uterinas mais fortes e regulares. Elas deve ter duração média de 40 a 60 segundos, com 2 a 3 contrações a cada 10 minutos de observação. O colo do útero estará afinado, amolecido e geralmente dilatado em 3 ou mais centímetros.

Etapa do trabalho de parto

Na fase ativa do trabalho de parto normal, sua bolsa pode se romper sozinha. A partir deste período, a velocidade da dilatação será mais rápida e constante, de aproximadamente 0,8 a 1,5 centímetro por hora.

Geralmente, a dilatação  será de cerca de 1 cm/hora na primeira gestação. A partir da segunda gestação, que costuma evoluir mais rapidamente, a  média sobe para cerca de 1,5 cm/hora.

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O tempo de dilatação e progressão do parto normal será ainda mais curto se a bolsa d’água já estiver rompida ou for rompida pelo médico. A medida pode ser  tomada para aumentar as contrações e acelerar um trabalho de parto lento.

É importante considerar que mulheres obesas podem ter uma duração do trabalho de parto significativamente mais longa e demorada.

Etapa da descida do bebê

Durante o período de dilatação ocorrem, ao mesmo tempo, a descida e a progressão do bebê até entrar no chamado período expulsivo final, com a saída e nascimento.

A duração total média do trabalho de parto natural e espontâneo costuma ser maior que 12 horas, e o tempo de espera para as suas contrações tornarem-se efetivas, fortes e regulares, com pelo menos 2 a cada 10 minutos, será por volta de 6 horas. A exceção fica por conta dos casos de partos muito rápidos, precipitados, chamados de taquitócicos.

Nesses casos, pouco frequentes, a duração total do processo, do início do trabalho de parto ao nascimento, leva cerca de 4 horas ou até menos.

O que acontece após o nascimento?

Depois que o bebê já nasceu, é bastante natural que você sinta, além de muito cansaço, tremores provocados pela descarga de adrenalina no organismo e pelos ajustes que o seu corpo começa a fazer imediatamente após o nascimento.

Não é incomum que, nesse período, as pacientes sintam também enjoos, náuseas e vômitos. Também não se preocupe se, logo após o nascimento, for difícil para você se concentrar imediatamente no bebê.

Ao contrário do que você  pode pensar, isso nada tem a ver com falta de instinto materno. A reação é absolutamente comum em partos extremamente cansativos, mas a sensação passa rapidamente após um merecido descanso.

Após o parto é recomendado que as novas mamães façam fisioterapia de recuperação com uma fisioterapeuta especialista.

Você sabe reconhecer os sinais do trabalho de parto?

O trabalho de parto vem acompanhado de sinais diferentes dos que você vinha sentindo, e é por eles que você saberá que é hora de dar à luz. Esse momento será definido pela progressão das contrações e pela dilatação do seu colo uterino.

Mas afinal, será que você sabe reconhecer os sinais de que o trabalho de parto está em curso?

Sinais de aproximação do trabalho de parto

O início do trabalho de parto é marcado pelos seguintes sinais:

  • queda do ventre;
  • saída de sangue ou tampão mucoso pela vagina;
  • contrações uterinas dolorosas e frequentes;
  • alterações no colo do útero (dilatação);
  • rotura da bolsa das águas.

Rompimento da bolsa das águas

A membrana amniótica poderá romper-se antes ou durante o trabalho de parto. Você sentirá um líquido semelhante à água de coco saindo pela vagina. A quantidade é variável, mas geralmente grande.

É hora de buscar ajuda médica. Você será internada e as contrações, se já não começaram, chegarão em breve. Existe um risco de infecção para você e o bebê pelo rompimento da bolsa, que aumenta de acordo com a demora para o nascimento. Em uma gravidez a termo, a maioria das mulheres entra em trabalho de parto até 24 horas após o rompimento da bolsa.

Contrações uterinas

As contrações do útero são o sinal decisivo para o diagnóstico do trabalho de parto, principalmente se associadas ao processo de dilatação progressiva do colo.

Nessa etapa, elas serão sentidas como um endurecimento do útero. Inicialmente costumam ser fracas e provocar uma dor leve nas costas e na parte inferior da barriga, uma pontada na vagina ou incômodo semelhante à cólica menstrual.

Progressivamente, você notará um aumento das dores durante as contrações. Nessa etapa, elas se tornarão cada vez mais fortes, duradouras e ritmadas, até atingirem intervalos mais curtos.

Com estes sintomas do trabalho de parto presentes, você deverá marcar o tempo no relógio entre as contrações. Elas devem alcançar o ritmo de uma a cada cinco minutos ou pelo menos de duas contrações em dez minutos, de forma seguida e regular. O período mínimo de observação deve ser de uma hora.

Se a bolsa romper, as contrações aumentarão e o trabalho de parto será acelerado. Em alguns casos, é preciso ficar em observação na maternidade. A medida tem o objetivo de afastar alarmes falsos, especialmente comuns na primeira gestação.

Dilatação do colo uterino

O sintoma aparece na etapa final do trabalho de parto, quando as contrações ganham freqüência e intensidade. Nessa fase, o colo do útero passará por um processo de preparação para o parto, tornando-se mais amolecido, centrado na vagina e apagando-se até se incorporar à cavidade uterina, ao mesmo tempo em que vai se abrindo.

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A dilatação do colo é resultado da ação persistente das contrações uterinas regulares do trabalho de parto. Esse processo de dilatação, que empurra a bolsa e o bebê para baixo, passa por uma fase inicial, com progressão lenta, para atingir depois a fase ativa do trabalho de parto, com evolução rápida em poucas horas.

A velocidade da dilatação é, em média, de um centímetro por hora no primeiro parto, sendo mais acelerada nos próximos. A dilatação é dita total ou completa quando atinge dez centímetros.

Nessa etapa, poderá haver um leve sangramento local, parecido com uma secreção de coloração avermelhada ou escura, geralmente misturada com o tampão vaginal, ou ainda sair após urinar. Procure relaxar e manter a calma, descansando no intervalo entre as contrações até que elas fiquem bem fortes, a cada cinco minutos sem parar.

O trabalho de parto é um momento muito especial na vida de qualquer mulher, e quando acompanhado por uma equipe competente e experiente, costuma deixar somente boas lembranças.

Em que situação é recomendada a Episiotomia

Durante um longo período a episiotomia foi um procedimento cirúrgico realizado quase como rotina na assistência médica ao parto no mundo todo.

Ela teria como objetivo e indicação para a mãe:

  • reduzir a probabilidade de laceração (rotura) perineal do terceiro e quarto grau (quando atinge o esfíncter externo do ânus ou o reto);
  • preservação da musculatura perineal e função da atividade sexual;
  • redução de incontinência urinária e fecal;
  • ser mais fácil de reparar e cicatrizar que uma laceração.

Para o recém-nascido apresentaria como vantagem:

  • diminuição da probabilidade de asfixia, traumatismo craniano, hemorragia cerebral e retardo mental.

Efeitos adversos da Episiotomia

Por outro lado, tem como possíveis efeitos adversos:

  • extensão (prolongamento) do corte com lesão do esfíncter anal e reto (laceração terceiro e quarto grau);
  • resultado anatômico não satisfatório;
  • probabilidade de fístula reto-vaginal ou anal;
  • aumento da perda sanguínea e anemia;
  • dor e edema (inchaço) locais;
  • infecção ou deiscência (abertura do corte e pontos);
  • disfunção sexual.

No Brasil o índice da realização de episiotomia ainda é muito elevado. A Organização Mundial da Saúde (O.M.S.) recomenda atualmente uma taxa ideal em cerca de 10% dos casos com uso seletivo deste procedimento, e após o consentimento informado e esclarecido da gestante. A realização da episiotomia deve obedecer a uma indicação clara materna ou fetal, como a de evitar lacerações maternas graves ou de facilitar nascimentos difíceis.

Indicações médicas

Apresentam-se, portanto ainda como possíveis indicações médicas para a episiotomia:

  • parto prematuro;
  • parto instrumental (fórcipe ou vácuo-extrator);
  • parto pélvico;
  • frequência cardíaca fetal não tranquilizadora (risco de sofrimento fetal);
  • macrossomia fetal (bebe grande, maior que 4kg);
  • períneo rígido;
  • distocia (dificuldade desprendimento) do ombro;
  • ameaça ruptura perineal grave.
  • Segundo alguns trabalhos recentes e levantamentos estatísticos, a episiotomia mediolateral clássica não protege o esfíncter anal e pode até ser fator de risco para a rotura perineal de terceiro e quarto graus, principalmente quando associada ao uso de fórcipe; não previne prolapso genital; aumenta a perda de sangue e morbidade (dano) materna; e causa maior dor no pós-parto e nas relações sexuais.

Uma revisão sistemática da biblioteca Cochrane de grande credibilidade, sugere evitar a episiotomia de rotina e conclui que o suposto benefício permanece controverso, havendo necessidade de mais estudos clínicos com melhor nível de evidência.

Uma nova alternativa à Episiotomia

Neste ponto, seguindo as melhores evidências atuais, precisamos de uma nova alternativa na assistência ao parto, para deste modo evitar realizar a episiotomia, sem acarretar consequências lesivo-danosas e sequelas à saúde da mulher. Com esta finalidade recomendamos o preparo prévio adequado da musculatura do assoalho pélvico/abdominal e do períneo, com o objetivo de minimizar possíveis danos, melhorar a recuperação e a satisfação pós-parto.

Assista o vídeo abaixo onde explico porque você não precisa ter medo do parto normal

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