A fertilidade ao longo da vida
A fertilidade é a capacidade que um organismo tem de procriar. Ela diminui progressivamente tanto na qualidade como na quantidade dos ovócitos, com o avançar da idade e o envelhecimento ovariano motivo pelo qual o progressivo retardo da concepção, como se verifica principalmente entre as mulheres de países desenvolvidos, tem-se refletido em maiores dificuldades para engravidar.
Segundo estudo de Speroff & Fritz de 2005, numa população americana com alta fertilidade observou-se que 11% das mulheres não tiveram filhos após os 34 anos, 33% eram inférteis após os 40 anos, e 87% após os 45 anos.
Com relação à idade do homem algumas evidências sugerem que não ocorre modificação relevante na concentração espermática do ejaculado. Entende-se que o declínio da fertilidade observado com o avançar da idade do homem não é tão significativo quanto aquele visto no sexo feminino. A redução na expectativa de concepção está, essencialmente, relacionada a uma menor frequência da atividade sexual que se verifica em faixas etárias masculinas mais elevadas.
Doenças infecciosas e doença inflamatória pélvica na mulher podem causar consequente infertilidade por danos tubo-peritoneais, como a obstrução das trompas.
Fatores que influenciam a fertilidade
Práticas esportivas extenuantes e de longa duração podem propiciar acentuada perda de peso corpóreo com aumento de endorfinas podem induzir a hiperprolactinemia (aumento do hormônio prolactina produtor de leite) levando frequentemente a disovulias (alteração da ovulação) e infertilidade. Por outro lado, o aumento excessivo de peso pode, também, interferir no metabolismo dos hormônios esteróides e prejudicar a função ovulatória.
O uso de fumo, álcool, maconha e de outros produtos tóxicos, tanto pelo homem como pela mulher, é responsabilizado por prejudicar o processo reprodutivo, seja interferindo na contagem e motilidade espermática, seja aumentando os índices de abortamento ou reduzindo o peso fetal.
Medicações também influenciam o processo reprodutivo. Uso prolongado de ansiolíticos e anti-eméticos (para náuseas e vômitos) pode induzir a hiperprolactinemia; anti-inflamatórios ao inibirem a produção de prostaglandinas são capazes de bloquear a ovulação ou mesmo a implantação embrionária.
No homem algumas medicações usadas por longo período podem comprometer a espermatogênese, como a sulfalazina, cetoconazol e anti-histamínicos.
Acredita-se que alguns fatores ambientais e/ou ocupacionais possam interferir na fertilidade. São eles: radiações ionizantes, determinados produtos químicos (pesticidas, solventes, mercúrio e cádmio, por exemplo), além de altas temperaturas.