Por que programar relações sexuais?
A relação sexual programada ou “Coito programado” é geralmente o primeiro procedimento a ser adotado como tentativa de tratamento de uma infertilidade.
Muitos casais que vem ao consultório com dificuldade para engravidar na verdade não apresentam nenhum problema da saúde detectável, mas apenas um desconhecimento do mecanismo de ovulação e da fecundação levando-os a praticar sexo em períodos não férteis ou mesmo com pouca frequência.
Na mulher com ciclos menstruais regulares com intervalo em torno de 28/30 dias, a ovulação e dia mais fértil tende a ocorrer aproximadamente na metade do ciclo, ou seja, por volta do 14º/15º dia do ciclo. O ovulo sobrevive cerca de 24h na trompa após a ovulação aguardando a chegada do espermatozoide para fecundação. A ovulação então ocorre somente uma vez ao mês e a chance de gravidez por cada ciclo dura apenas 24h.
Os espermatozoides ejaculados na relação sexual que alcançam as trompas uterinas tem sobrevivência média de 48 até 72h neste local. Portanto, num ciclo menstrual de 28 dias com ovulação em torno 14º dia se houver relação sexual já nos 12º dia será possível ocorrer à fecundação e a gravidez.
O período fértil
Neste contexto considera-se como “período fértil” da mulher o intervalo que compreende aproximadamente 5 dias antes e 5 dias depois do dia provável ovulatório, ou seja, duração média de 10 dias ao mês. Uma vez estimado o período fértil em cada mulher, se recomenda então que o casal mantenha relações sexuais com ejaculação durante esta fase com frequência de 3 vezes por semana, ou dia sim dia não. Ter relação todos os dias neste período não aumenta a possibilidade de obter a gravidez.
O coito programado deverá ser praticado por um tempo mínimo de 3 a 6 meses com ovulações espontâneas naturais ou após ciclos ovulatórios induzidos artificialmente com medicações.
Passada esta etapa e tentativa onde muitos casais normais engravidam naturalmente, cerca de 50% após 3 meses, dependendo do caso e idade do casal, serão indicados outros tratamentos de reprodução assistida, como a inseminação artificial intrauterina por exemplo.